quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Maior fabricante de relógios do mundo deixa o Brasil

Que lástima!João Feder [13/12/2006]


Ele não é uma pessoa qualquer. Seu nome pode até não ser do conhecimento da maioria dos nossos patrícios, pois ele se chama Nicolas Hayek. Mas pode ser apresentado como presidente do Grupo Swatch, que muitos também tem o direito de ignorar, mas que é o maior fabricante de relógios do mundo. Por certo isso quer já dizer alguma coisa...E é dessa personalidade que parte a reclamação contra nós, sim, contra nós, porque nós somos o Brasil.

E mr. Nicolas declarou: “Não dá para fazer negócios com o Brasil. Tudo que precisamos fazer no País só ocorre com corrupção. (Quanta vergonha gente nossa!) Não vamos aceitar pagar corrupção para trabalhar no Brasil. Se esse for o preço, estamos fora”. Bravo, mr. Nicolas, é assim que procede um homem honrado! O vexame é nosso.

Mr. Nicolas Hayek teve a coragem de acusar o presidente Lula de prometer lutar contra a burocracia e a corrupção e não cumprir a palavra. Lastimável que essa denúncia tenha vindo do exterior, o que macula a imagem brasileira. Mas, um dia teria que acontecer.



Durante cerimônia na sua bela e enorme loja da Omega, em Genebra, nem a presença da linda Nicole Kidman com seus longos cabelos e atraente sorriso, ou a presença de mais de 200 jornalistas apaziguaram nada. A Swatch chegou a instalar uma fábrica em Manaus para produzir o relógio “Tissot”, mas encontrou tantas dificuldades e tamanha burocracia e, depois de abrir processos para evitar taxas que julgava ilegais, pegou o boné e disse adeus.


E, fato que a gente desconhecia: a chanceler da Alemanha Angela Merkel nos recebe, o presidente francês Jacques Chirac nos recebe, só Lula não nos recebe. A Swatch está presente em todo o mundo, só não na Lua e no Brasil, disse o presidente do grupo relojoeiro mais poderoso do mundo.

Não há como o Brasil crescer 5% ao ano.

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Não há como crescer 5% a curto prazo, avalia Ibre

Redação O Estado do Paraná [14/12/2006] Rio (AE) - Não há como alcançar no curto prazo um crescimento econômico sustentável de 5% ao ano, disse o diretor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) e ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Luiz Guilherme Schymura. Ele adiantou o conteúdo da “Carta do Ibre”, texto com a opinião do instituto sobre o tema, que será divulgado esta semana.De acordo com Schymura, o governo está certo em se preocupar com o baixo crescimento, mas se arrisca a passar a falsa impressão para a sociedade que é fácil fazer o Brasil crescer 5% ao ano de forma sustentável. “O crescimento sustentável no Brasil depende hoje de uma extensa, profunda e difícil agenda”, avalia.

Schymura lembra que a média de crescimento do Brasil de 1981 a 2005 foi de 2,1% e cita estimativas de que este ano deve ser de 2,8%. De acordo com ele, a maior parte dos motivos para o baixo crescimento não é fácil de mudar no curto prazo e inclui fatores como a baixa escolaridade média da população brasileira. O governo, então, está tentando atuar na área em que os resultados se dão em um prazo mais curto, que é no aumento do investimento produtivo.

Para que a produção da economia em um ano, o Produto Interno Bruto (PIB), cresça a um ritmo de 5% ao ano, a taxa de investimento, que hoje está em torno de 20% do PIB, teria que subir, no mínimo, para 25% do PIB. “Isso significa R$ 100 bilhões de investimento a mais por ano. E como estamos falando de (crescimento) sustentável, esse acréscimo tem que acontecer todo ano, não é em um ano só”, ressalta Schymura. Ele não crê que as medidas em estudo conseguirão promover um aumento dessa magnitude no curto prazo.

O economista acha que as medidas que estão em estudo são em geral positivas. Observa, porém, que se o setor público todo, incluindo estatais, conseguir aumentar os seus investimentos em 1% do PIB “já é muito”. Além disso, diz, “não há nada que mostre” que o setor privado aumentaria os seus investimentos em outros 4% do PIB.

A nova era das ditaduras - Olavo de Carvalho

JB, 12 dez. 2006 - Extra

A nova era das ditaduras

Olavo de Carvalho




Há quem acredite que, com a morte de Augusto Pinochet e o próximo desaparecimento de Fidel Castro, a era dos ditadores estará extinta na América Latina. É esperança louca. O que está em vias de acabar é a era dos ditadores nacionais, prenunciando o advento da ditadura continental. Não estamos vendo o fim, mas um upgrade da tirania latino-americana.


Começo com uma distinção óbvia. Excluindo as tiranias dinásticas, oligárquicas e populistas, que realmente pertencem a uma fase histórica extinta, há ditaduras reacionárias e revolucionárias. As primeiras são temporárias por natureza, pois têm ambições limitadas, visam à restauração de um estado anterior e se diluem tão logo alcancem seus objetivos. As ditaduras revolucionárias arrancam as raízes do passado e criam do nada um mundo novo. Não raro, pretendem modificar não só a estrutura da sociedade, mas a própria natureza humana. Promovem transformações tão profundas – e tão perversas --, que, quando se extinguem, já não é possível nem restaurar o que existia nem criar um novo padrão de normalidade. Muitas ditaduras reacionárias, passado o pesadelo, deixaram saldos positivos. O Chile, a Espanha e Portugal, quando se desvencilharam de Pinochet, Franco e Salazar, eram países livres e prósperos. As ditaduras revolucionárias não deixam outra coisa senão um rastro macabro de devastação e morte que só pode resultar em novas ditaduras ou numa decadência longa e irreversível. A França do Antigo Regime era a nação mais rica e poderosa do mundo. Depois da Revolução, veio de queda em queda até reduzir-se a uma burocracia falida, dependente da ajuda americana, subserviente a ditadores estrangeiros e incapaz de resistir à invasão cultural islâmica. O Vietnã e a Coréia do Norte são cemitérios mal administrados. A China pós-Mao é a festa permanente dos generais em meio à miséria do povo. A Rússia mergulhou no caos e na corrupção. A única esperança de uma nação, após a experiência da ditadura revolucionária, é ser salva desde fora, como o foi a Alemanha. Mas ninguém pode querer isso e depois ter o direito de choramingar que os EUA são a polícia do mundo.


As ditaduras em formação na América Latina definem-se por duas características: (1) são todas revolucionárias, prometendo a mutação radical e a militarização integral da sociedade; (2) não são fenômenos isolados, nacionais, mas o resultado de uma articulação continental que começou na década de 60, com a OLAS (Organização de Solidariedade Latino-Americana) e colheu seus primeiros frutos após a criação do Foro de São Paulo em 1990. Desde então o projeto da revolução latino-americana vem alcançando vitória em cima de vitória, sem encontrar qualquer resistência senão da parte de esquerdistas light que, malgrado seus escrúpulos democráticos ao menos formais, são no fim das contas escravos ideológicos do mito revolucionário e, por isso mesmo, meros colaboracionistas disfarçados.


A possibilidade de que o processo venha a ser detido pela emergência de ditaduras reacionárias, mesmo locais e isoladas, é praticamente nula. Os poderes internacionais e a grande mídia européia e americana oscilam entre os simulacros de protesto e a cumplicidade ostensiva. E a máquina democrática em cada país foi tão bem alterada desde dentro, que já não pode servir senão para legitimar a tirania por meio da aprovação popular.


A era das ditaduras no continente não acabou. Está apenas começando. Como diria o saudoso Paulo Francis, there’s coming a shitstorm.



Caso Celso Daniel




A doutora Elizabete Sato, delegada que foi escalada para investigar o processo sobre o assassinato do Prefeito de Santo André, Celso Daniel, é tia de Marcelo Sato, marido da Lurian, que, apenas por coincidência, é filha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ou melhor, a coincidência é que Marcelo Sato, o genro do presidente da República, é sobrinho da Delegada Elisabete Sato, Titular do 78º DP, que demorou séculos para concluir que o caso Celso Daniel foi um "crime comum", sem motivação política.
Também apenas por coincidência, Marcelo Sato é dono de uma empresa de assessoria que presta serviços ao Besc (Banco de Santa Catarina, federalizado), no qual é dirigente Jorge Lorenzetti (churrasqueiro oficial do presidente Lula e um dos petistas que o presidente chamou de "aloprado" no escândalo do dossiê contra os tucanos).

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