A morte de Osama. Ou será de Obama?
Acham a pergunta estranha?
Talvez ela não seja tão estranha assim e só o tempo nos dirá se os últimos acontecimentos revelarão que Osama Bin Laden foi realmente morto pelos americanos ou se tudo não passou de uma enorme armação do presidente Obama para faturar politicamente em cima desse assunto tão delicado aos americanos. E louros ele já está colhendo com a imediata alta nos índices de aprovação de seu governo, apesar de o desemprego continuar alto e a economia continuar em pandarecos.
Armação ou não, a verdade é que uma notícia como essa funciona como uma enorme injeção de ânimo patriótico naquela população que é, com razão, altamente nacionalista e orgulhosa de sua bandeira, de suas instituições e de sua pátria, e esse ânimo renovado se refletirá quase que instantaneamente na economia do país, rendendo mais dividendos ao presidente.
Não acredito que seja uma armação. Seria uma aposta alta demais agora, tão longe ainda das eleições, mas, e se for? E se der tudo errado? E se o tempo mostrar que tudo foi armação? Bem, aí é melhor o presidente se jogar ao mar ou, no mínimo, desaparecer do mapa porque ele estará morto politicamente. E seu partido também.
E porque poderia ser armação? Porque até agora não se sabe praticamente nada sobre o que aconteceu. Falou-se um monte de nada sobre o assunto.
Pensando sobre o que se divulgou até agora, resta apenas uma enormidade de dúvidas, críticas e perplexidade com a falta de provas e fotos, com a confissão de que informações foram obtidas por meio de torturas de presos, com a invasão de uma nação soberana objetivando cometer um assassinato frio e calculado, com o desaparecimento do corpo do homem mais procurado do planeta, e com muitas outras coisas. Tudo muito estranho.
Mesmo assim ainda daria para explicar quase tudo de forma bastante lógica: o Islamismo talvez já seja a maior religião do mundo e é cheio de vertentes super radicais e, por isso, ninguém poderia ficar com o Bin Laden vivo e preso esperando por um julgamento sem ser pressionado a solta-lo imediatamente sob pena de ações mais radicais e sangrentas pelo mundo todo.
Então o cara tinha mesmo que ser executado sem julgamento. Pelo mesmo motivo ninguém poderia ficar com o corpo morto sob custódia e em exibição, contrariando preceitos religiosos islâmicos. A reação seria devastadora. Da mesma forma, se o corpo fosse enterrado em qualquer país teríamos o aparecimento imediato de uma nova Meca, atraindo milhares todos os dias em peregrinação e louvor, então era mesmo melhor mostrar algum respeito aos costumes islâmicos e jogar o corpo no mar. E as informações conseguidas mediante torturas aos presos em Guantanamo? Essas já faziam parte dos arquivos da CIA e tudo aconteceu antes do mandato do atual presidente, que proibiu as torturas assim que assumiu o poder. E a invasão do Paquistão? Ah! O Paquistão, conivente e traidor, que se dane e que feche o bico.
Só que tudo o que parece muito estranho geralmente tem o objetivo de confundir, e nos permite elucubrações para elaborar teorias de conspiração. Vamos lá.
Muita gente falou muita coisa. Todos os especialistas falaram muitas coisas, mas não falaram que tudo leva a crer que o Bin Laden deve ter se transformado em um pesado fardo a ser carregado pela Al Qaeda que, graças a ele, se vê totalmente acuada e sem espaço para nenhuma ação de vulto em nenhum lugar do mundo. Ainda bem para o mundo porque uma organização criminosa como essa vive de seqüestros, assaltos vultosos e extorsões, além de doações. Vale lembrar que quem faz doações a essa gente quer ver resultados, e resultados nesse caso é ação terrorista, é explosão, é gente estraçalhada. Se não ocorrem atentados, minguam as doações. Talvez tenha sido mais negócio para a Al Qaeda entregar o Bin Laden para os americanos.
E é quase impossível imaginar que o Paquistão não sabia da presença do cara ali naquela casa. Entregou o sujeito em troca, talvez, da saída das tropas americanas do país. Em breve saberemos se esse foi o preço cobrado pela vida do Bin Laden.
Tem mais coisas que não se falou. Uma delas é o preço do petróleo que afeta direta e pesadamente a economia americana (maior consumidor e importador de combustíveis do planeta) e a bem sabida sociedade entre a família do ex-presidente Bush, produtora de petróleo e gás (Bush Exploration Co., Arbusto
Energy, Carlyle Group) e a multibilionária família Bin Laden, gigante da construção civil (Saudi Binladin Group, Arábia Binladin) que tem participações societárias em vários segmentos no mundo todo, como o petróleo dos Bush, a Boeing, a Microsoft, e até a McLaren da Fórmula 1 nos anos 90. Consta que as sociedades entre os Bush e os Bin Laden existiam desde meados da década de 1980 e foram canceladas em 26 de outubro de 2001, pouco depois dos atentados às torres gêmeas.
Todos sabem que esse clima constante de terror é péssimo para os negócios. A família do Bin Laden também sabe disso e talvez tenha pressionado o irmão rejeitado a concordar com uma enorme encenação de sumiço do mapa. Nada que uma boa plástica não resolva. Em troca de tal acordo os sócios do Bush não perderiam seus contratos nem seus bens em solo americano. Também o tempo nos mostrará se essa é uma opção possível e explicaria bem o sumiço do corpo, das fotos e de qualquer prova da morte do facínora.
E o mais estranho dos ‘esquecimentos’ é esse: ninguém mais fala que o Osama Bin Laden foi treinado e armado pela CIA, e abastecido com vários milhões de dólares pelo próprio governo americano nos anos 80 e 90, para
que ele ajudasse a expulsar os soviéticos invasores do Afeganistão desde a década de 1970 e, bem sucedido nessa missão, armado até os dentes e cheio de dinheiro, Bin Laden fundou a Al Qaeda (A Base). Consta que só no ano de 1987 os americanos enviaram 65.000 toneladas de armas e munições para aquela região e que caíram, de uma forma ou de outra nas mãos da Al Qaeda.
Quando o Iraque invadiu o Kuwait e ameaçou a Arábia Saudita, Bin Laden ofereceu seu exército de seguidores bem armados e treinados para defender o trono saudita contra Saddam Hussein, mas os árabes preferiram a ajuda americana. Bin Laden achou um ultraje que infiéis interferissem no que ele considerava uma guerra santa e se rebelou contra os americanos. Veio então a Guerra do Golfo e, só a partir de 1991, Bin Laden passou a ser considerado terrorista. E o resto da história todos conhecem.
Esse é, talvez, o mais forte motivo para que o cara fosse sumariamente exterminado: imaginem esse ex-aliado abrindo a boca em uma côrte internacional de julgamento. Imaginem o que ele poderia revelar de falcatruas não só americanas, mas de todos os seus aliados.
É. Com certeza meio mundo aliado prefere se explicar agora sobre versões divergentes do que ouvir o Osama falando tudo o que sabia, sob a luz de todos os holofotes do planeta e uma coisa é fato: o presidente americano não decidiu isso tudo sozinho e sem a participação dos líderes dos países aliados. A decisão da ação e dos métodos certamente foi tomada e acordada por todos.
Ademais, nos últimos noticiários apareceram poucas novidades: uma é que o presidente americano resolveu que não irá divulgar as fotos de Bin Laden morto. Não faz mal porque, se existirem, em breve elas estarão circulando na internet como acontece com tudo o que existe, seja secreto ou não. Outra é a que informa algumas divergências entre o que foi divulgado anteriormente pelos americanos e o que foi apurado pela polícia paquistanesa. Tudo normal também, já que é sempre assim. Tem também a versão de algum misterioso informante que afirma que o que houve foi um massacre de pessoas desarmadas e indefesas. Deve ter ocorrido isso mesmo e seria até muito
justo, já que teria acontecido de forma idêntica aos atentados praticados por esse celerado no mundo todo. Está escrito em algum lugar: Olho por olho, dente por dente. E a última novidade é que o preço do barril do petróleo caiu quase 10 por cento no mercado internacional, três dias após a morte de Bin Laden. Que coisa, né?
O que sabemos com certeza é que ainda durante algum tempo a mídia falará muito nisso. É o novo assunto do momento e tão bombástico a ponto de ofuscar o casamento real, a beatificação do papa, as criancinhas jogadas nas caçambas de lixo e as dezenas de catástrofes naturais que seguem matando ao redor do mundo. E dá-lhe vender jornal e publicidade na TV. É o mais difundido assunto no mundo todo menos no Brasil, onde ainda se fala mais no Barcelona, Flamengo e no Coxa Branca. Ah, e é claro, no Luan Santana. É futebol, futebol e mais futebol, embalado sempre pelo sertanejo. Mas tudo bem, afinal o que nós temos a ver com essa encrenca internacional, né? Nós nos achamos os melhores e maiores do mundo. Como disse um colega de bar quando caíram as torres gêmeas em 2001 pulverizando quase três mil inocentes: – Bem feito! Eu gostei. Americano tem que se f… mesmo!
Quem pensa assim tem uma visão limitada e míope do mundo e se esquece de um pequeno detalhe: quase todas as cidades do planeta são cosmopolitas, e principalmente as cidades americanas que acolhem cidadãos do mundo todo. A queda das torres gêmeas matou cidadãos de todas as nacionalidades. Todas. Aquilo foi um atentado contra todos os povos. Inclusive brasileiros que trabalhavam naqueles escritórios.
É no mínimo inquietante o constante antiamericanismo gratuito do brasileiro, macaqueando o exemplo de outros intolerantes pelo mundo afora.
Fontes: Internet
GermanoCWB
Junho de 2011