Texto próprio de GermanoCWB publicado em jornal em março de 2011
Obama in Brazil
O final de semana foi marcado
pela visita do presidente norte-americano Barak Obama ao Rio de Janeiro e
Brasília.
Popular e carismático ele
pretendia fazer um discurso ao vivo para o povo brasileiro, mas é lógico que
não deixaram, e o popular presidente foi confinado no menos popular teatro do
país discursando para alguns convidados escolhidos a dedo. De resto, a
programação foi normal: visitar a favela, ouvir e dançar samba, ver capoeira, chutar
bola, distribuir presentinhos, visitar o Cristo Redentor e subir a rampa do
palácio em Brasília. Tudo exatamente como sempre acontece com todos os
convidados ilustres.
Mas a visita de Obama esconde
muita coisa por trás de todo esse circo armado para o povo.
Começa que essa visita tem um
surpreendente valor histórico já que é o Obama visitando a Dilma.
Ele, o primeiro presidente negro de um país que até a poucas décadas restringia o acesso de negros a ônibus, escolas, teatros, restaurantes e lanchonetes, linchando e ateando fogo aos corpos dos metidinhos que ousassem quebrar essas regras, tudo sob o olhar complacente da polícia e de outras autoridades. E ela, a primeira mulher a assumir o posto de presidente de um país que até a poucas décadas negava às mulheres o direito de votar e de se candidatar a cargos políticos, e onde matar a esposa supostamente infiel era considerado ‘legítima defesa da honra’.
Ele, o primeiro presidente negro de um país que até a poucas décadas restringia o acesso de negros a ônibus, escolas, teatros, restaurantes e lanchonetes, linchando e ateando fogo aos corpos dos metidinhos que ousassem quebrar essas regras, tudo sob o olhar complacente da polícia e de outras autoridades. E ela, a primeira mulher a assumir o posto de presidente de um país que até a poucas décadas negava às mulheres o direito de votar e de se candidatar a cargos políticos, e onde matar a esposa supostamente infiel era considerado ‘legítima defesa da honra’.
Sobre os discursos de Obama a TV
e os jornais já despejaram sobre nós uma avalanche tsunâmica de análises
econômicas, políticas e sociais. Falaram de acordos comerciais, parcerias entre
empresários, copa do mundo, olimpíadas, tarifas, taxações e facilitação para
obtenção de vistos. E falaram e mostraram muito do que o brasileiro mais gosta:
elogios. E Obama não os economizou e até citou semelhanças históricas entre os
dois países.
Mas o curioso é que não ouvi
ninguém falar sobre o imenso temor que há muito ronda os governos dos EUA, que
é a brusca mas silenciosa e traiçoeira guinada da América latina para a
esquerda, rumando a passos largos para o comunismo, travestido de
social-democracia.
Isso já aconteceu uma vez e os
militares, ‘incentivados’ pelos americanos, tiveram que tomar uma atitude. E,
de tempos para cá vêm acontecendo de novo, já tendo tirado o sono de George W.
Bush e agora atormentando o Obama, presidente do país mais liberal do planeta e
que vê, estarrecido, o maior país do sul do continente afirmar nas urnas por
três vezes consecutivas a sua preferência pela esquerda comunizante, pelo
paternalismo e pela mendicância, a exemplo do que já ocorreu em quase todos os
países vizinhos a nós.
Ele provavelmente olha as fotos e
notícias do namoro indecente do Lula com as FARC, com Evo iMorales, com Hugo
Chaveco e outros canhotos da América do Sul, soma isso com o dossiê da Dilma e
com a honorabilidade do Lula no Foro de São Paulo, soma ainda os cofres da
Internacional Socialista que bancou a vida subversiva e as viagens para Cuba e
para a extinta União Soviética dos ‘heróis nacionais’ que hoje comandam nosso
país, e multiplica tudo isso com as nossas parcerias comerciais com as
comunistas China, Cuba e Rússia e certamente tem pesadelos.
Os EUA são a maior potência do
planeta nas áreas militar, econômica, política, tecnológica, estudantil,
social, científica e várias outras coisas, causando nas pessoas uma enorme
inveja e fazendo deles o país e o povo mais odiados do planeta, vítimas de um
antiamericanismo global e doentio, incluindo aqui os brasileiros. Exatamente
como acontece com vizinhos ignorantes: basta ter sucesso para que comecem a
falar mal de você.
Mesmo chamados de imperialistas,
colonizadores, a besta, o mal, satã e etc., é para lá que todos querem rumar
para ver se tomam para si um pouco do que é deles. E, assim, uma enorme horda
de latinos invadiu aquele país exigindo, sob a bandeira do socialismo, do
paternalismo, da caridade e de outras barbaridades, que eles dividissem o que
conquistaram com muito trabalho e inteligência, quebrando, dessa forma, a
previdência e outras instituições americanas. Conjuntamente muita coisa mudou
no mundo e os EUA estão vendo que se eles não se mexerem, vão quebrar.
Sempre se fala que os EUA são
também o maior mercado consumidor de tudo o que se imagine do planeta, mas não
explicam que, como eles compram tudo de todos, precisam de nações livres e
abertas ao mercado e ao comércio. Ditaduras e radicalismos atrapalham os
negócios e, por isso eles se metem em tudo em todos os lugares, interferindo em
governos fechados, sendo então acusados de imperialistas que invadem para
roubar o petróleo do Iraque ou a água do nosso aqüífero Guarani. Na verdade
eles querem governos democráticos e abertos ao comércio para que eles possam
comprar petróleo e água, e vender sua produção. E as diferenças comerciais, que
certamente existem, devem ser resolvidas na mesa de negociações.
Abrir novos mercados na bala,
como no Iraque, custa muito caro e é muito antipático. É melhor deixar que o
‘movimento popular’, que passou pela Grécia e por outros países, e que agora
está na Líbia faça o serviço. É muito mais barato e não é preciso mostrar a cara.
Por isso tudo, a visita de Obama
tem também o objetivo de dar um recado para toda a América do Sul: - Look
latinos, eu estou de olho e não vou deixar um mercado desse tamanho se fechar
por causa de radicalismos, hein.
Para finalizar tenho que dizer que
o Lula sempre me surpreende. Todos viram que ‘O Cara' não apareceu nem para
cumprimentar o Obama, dizendo que não poderia ir por causa da festa de
aniversário do filho. O que levaria o Lula a trocar o Obama pela festinha do
filho, senão para evitar ofuscar ainda mais a apagadíssima Dilma?
‘O Cara’ foi de uma finesse digna
de um gentleman.
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