sábado, 7 de abril de 2012

Urnas Eletrônicas - Inseguras e violáveis


Texto próprio de GermanoCWB publicado em jornal na primeira quinzena de abril de 2012.

Urnas Eletrônicas - Inseguras e violáveis





Apesar do que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) insiste em afirmar, as urnas eletrônicas que somos obrigados a usar nas eleições brasileiras não são seguras e invioláveis.
As urnas que somos obrigados a usar para votar são tão facilmente manipuláveis que aproximadamente 60 países enviaram representantes para conhecer nosso processo eleitoral baseado cem por cento nas urnas eletrônicas fabricadas pela empresa Diebold Procomp, e NENHUM deles aprovou as urnas. Repito: NENHUM.
No mundo todo só nós, os espertos brasileiros, e a Índia utilizam esse modelo de urna.

Apesar do que alardeia o TSE os testes anteriormente efetuados por hackers contratados para tentar quebrar a segurança, invadir e manipular as urnas não são válidos, porque os hackers não tem absolutamente nenhuma liberdade de atuação, já que o próprio TSE é que define o tempo que o hacker tem para agir e com quais ferramentas o hacker pode trabalhar, determinando quais os programas que serão utilizados nos testes, geralmente programas comerciais disponíveis nas prateleiras de lojas especializadas. Ou seja, o TSE imagina que um hacker habilidoso que invade sistemas de bancos, do próprio Governo Federal, da NASA e até do FBI vai se utilizar de programas comerciais para burlar códigos de segurança, ao invés de criar seus próprios mecanismos.

No último teste realizado pelo TSE, neste mês de março, permitindo que os hackers se utilizassem de suas próprias ferramentas, ou seja, permitindo que os hackers trouxessem seus próprios programas de casa, deu-se o que é inevitável: a segurança da urna foi quebrada e o sigilo da votação foi violado. No teste um grupo de estudantes da UnB (Universidade de Brasília - http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=6375) conseguiu invadir a urna e mapear a sequência de 485 votos registrados na votação simulada, conseguindo determinar o horário exato do voto e em quem o eleitor votou. Segundo eles, se tivessem mais tempo, poderiam ter conseguido a identificação do eleitor. Ou seja, quem votou em quem, e quando, o que é muito preocupante.

No entanto, o que preocupa mais ainda são os fatos apresentados em um vídeo disponível na internet que mostra um teste realizado pela Princeton University (http://www.youtube.com/watch?v=0AKR-Lo-700), mostrando um passo-a-passo de como fraudar os resultados de uma eleição, bastando para isso que qualquer pessoa que tenha acesso às urnas substitua o cartão que carrega o sistema na urna. Com esse simples procedimento qualquer voto confirmado para um candidato A será automaticamente creditado a um outro candidato B. E como as nossas urnas não emitem uma cópia impressa do voto para ser depositada em uma urna, não existe a menor possibilidade de qualquer tipo de conferência dos votos caso algum candidato se sinta lesado nas eleições. Existem relatos de candidatos que não receberam sequer o seu próprio voto, ou seja, sua contagem de votos foi igual a ZERO. Incrível, não?
Mesmo assim o TSE continua afirmando que a urna é inviolável.

Se você achou tudo isso muito ruim prepare-se porque ainda tem coisa pior por vir: a lei eleitoral nº 12.034/2009, de 29/09/2009, em seu artigo 5º diz claramente:
(Não vou colocar a íntegra do artigo 5º para não ficar muito extenso, mas é fácil encontrá-lo na internet)
Art. 5º
- Fica criado, a partir das eleições de 2014, inclusive, o voto impresso conferido pelo eleitor, garantido o total sigilo do voto e observadas as seguintes regras:
- § 1º A máquina de votar exibirá para o eleitor, primeiramente, as telas referentes às eleições proporcionais;.... etc.
Ótimo né?
Nem tanto.

Seria ótimo se não existisse agora mesmo no Congresso uma manobra de Deputados, Senadores, Procuradoria Geral da República e do próprio Ministério Público para excluir esse artigo 5º da Lei Eleitoral, num claro atentado contra a moralização das eleições e contra os anseios da população, que a cada dois anos deposita nessas maquininhas os seus sonhos de uma vida melhor, as suas esperanças de um país mais digno e a sua crença de conseguir parlamentares decentes que verdadeiramente a represente.
Mal sabe essa pobre população que as nossas urnas nada mais são que pequenos cestos de lixo, pois, ao que tudo indica, as eleições já estão previamente decididas muito antes que lá coloquemos nosso voto.

Para existir uma mínima possibilidade de mudar essa realidade aterradora é preciso participação, e se você não quer ver seu voto desviado para outro candidato, conheça o trabalho de gente séria do Brasil todo que está pressionando o Congresso para que o artigo 5º não seja retirado da lei, além de exigir o direito de ter uma cópia impressa  do seu voto para conferência.
Conheça o movimento 'QUERO MEU VOTO IMPRESSO' no Facebook, que está crescendo vertiginosamente e já conta com milhares de inscritos. Faça sua parte também.

Para finalizar deixo uma pergunta no ar: Porque o TSE, que gasta milhões a cada ano eleitoral para nos convencer que o sistema é 100% seguro, não quer nem ouvir falar em voto impresso e auditoria nas eleições?

GermanoCWB
Edição 184
27.03.2012

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