domingo, 1 de abril de 2007

Aquecimento Global - A balela 3

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- Aquecimento Global - A balela 7.
- Site Mitos Climáticos - Rui G. Moura
- Mídia Sem Máscara


Mais um texto para alvoroçar os amigos visitantes que acreditam que o fim está próximo e que somos nós, os humanos, os responsáveis pelas alterações climáticas que ocorrem no planeta, e que vem sendo chamadas pelo apocalíptico (e rentável) nome de 'Aquecimento Global'.

Humildemente apelo para a caridade dos leitores e peço:

  1. Que leiam e releiam antes de comentar.

  2. Que leiam os outros artigos referentes a esse, cujos links foram indicados acima, antes de comentar.

  3. Que se abstenham de fazer comentários vazios ou baseados em achismos ou, pior ainda, em 'redeglobismos'.

  4. Baseiem seus comentários em textos científicos, matérias jornalísticas de meios independentes e etc (como eu fiz), inclusive indicando links para que possamos manter as conversas em um nível decente e mínimamente elevado e saudável.

Boa leitura (os grifos no texto são meus).


Abs

GermanoCWB

"Exceto pela simplificação exagerada do exemplo de Galileu, é um excelente artig odo Alan Ditchfield. Mas como ele não pode fazer o que denuncia –sensacionalismo –será lido e entendido por poucos."


A mudança de clima - I
por Alan N. Ditchfield em 29 de março de 2007


Resumo: Há cientistas que vêem nas estridentes manifestações sobre aquecimento global um fenômeno jornalístico e político e não um fenômeno físico.


© 2007 MidiaSemMascara.org
Tem sido alegado com insistência, nos últimos vinte anos, que a queima de combustíveis em dois séculos de Revolução Industrial está a romper um delicado equilíbrio entre o gás carbônico emitido e o fixado por fotossíntese, fixação feita predominantemente por algas marinhas na superfície dos oceanos. O acúmulo do excesso de gás carbônico estaria a alterar o clima, a acentuar fenômenos meteorológicos catastróficos e que este efeito adverso cresce a taxas exponenciais. É preconizado o uso do poder do estado para controlar o uso de combustíveis a fim de reverter a deterioração descontrolada do clima mundial.


A idéia popular sobre o efeito estufa é a de que a atmosfera é transparente à luz solar (ressalvada a interferência da refletividade das nuvens e a superficial) a qual aquece a Terra. A Terra compensa aquele aquecimento com radiação infravermelha. Esta radiação aumenta com temperatura crescente da superfície, e a temperatura se ajusta até alcançar o equilíbrio. Se a atmosfera também fosse transparente à radiação infravermelha, a radiação produzida por uma temperatura média de superfície de 18o C abaixo de zero equilibraria a radiação solar que entra (menos aquela refletida ao espaço por nuvens). Mas a atmosfera não é transparente ao infravermelho e por esta razão a Terra precisa se aquecer em alguma medida para levar ao espaço o mesmo fluxo de radiação infravermelha. Isso é o que é chamado de efeito estufa.


O efeito explica porque a temperatura de superfície média da Terra é de 15o C em lugar de –18o C. Os absorventes principais de infravermelho na atmosfera são o vapor d’água e as nuvens. Até mesmo se desaparecessem todos os outros gases de efeito estufa (como gás carbônico e metano), ainda assim teríamos 98 por cento do efeito estufa atual. Não obstante, é presumido que aumentos em gases, gás carbônico e outros gases secundários, conduzirão a aumentos significativos de temperatura.


Afirma-se em opinião contrária que o pequeno acréscimo na temperatura mundial (0,6o C no século 20) seria atribuível a fatores naturais, possivelmente cíclicos, e que seria minúsculo o poder humano para fazer algo a favor ou contra o clima em escala planetária. E que, em qualquer caso, o pouco que se conhece sobre o comportamento físico do clima mundial é por demais tênue para fundamentar medidas públicas radicais de contenção de um desenvolvimento econômico à véspera da redenção da humanidade da miséria que foi universal até o advento da Revolução Industrial.


Seria suspeito qualquer consenso em assunto de clima com a amplitude do planeta. A Terra tem área de 509 milhões de quilômetros quadrados; sua troposfera, onde ocorrem fenômenos meteorológicos, é contada até a altitude de 10 quilômetros, o que significa um volume com mais de 5 bilhões de quilômetros cúbicos de ar; os oceanos contêm mais de 1, 4 bilhões de quilômetros cúbicos de água. Não chega a surpreender que sejam escassos os dados para formular hipóteses a serem averiguadas por procedimento científico e que permaneçam obscuros os fluxos e fenômenos físicos que têm lugar nesta imensa massa de fluidos. O confronto deste dois campos trouxe uma politização indesejável num assunto que deveria ter permanecido num plano técnico, pois tem distorcido o uso de recursos em pesquisa de clima a favor da hipótese politicamente correta e em detrimento da objetividade da pesquisa. Diz-se mesmo que as esparsas medições de fenômenos de clima são torturadas em computador até confessarem qualquer coisa que os patrocinadores da pesquisa quiserem.


Hoje em dia é difícil abstrair a publicidade sobre o efeito estufa e o aquecimento global por ação humana. Histórias dramáticas sobre iminentes catástrofes de clima são notícias de primeira página de jornal e recebem horas na televisão e rádio, enquanto os políticos aproveitam toda oportunidade para reafirmar suas credenciais verdes. Sir David King o principal assessor científico de Tony Blair descreveu mudança de clima como "o problema mais sério que hoje enfrentamos", enquanto o ex Vice-presidente Al Gore reivindica que "está em jogo nada menos do que a sobrevivência de civilização humana" e Evo Morales entende que as enchentes ocorridas na Bolívia no verão de 2007 foram causadas pelo aquecimento global gerado por americanos. A mídia já atribuiu o terremoto no Himalaia, o tsunami do Oceano Índico, a temporada de furacões nas Caraíbas e de tufões asiáticos, a seca do deserto de Saara à mesma causa. Curiosa é a designação jornalística do gás carbônico como poluente quando é o nutriente que sustenta, através da fotossíntese, a cadeia de alimentação de todos os seres vivos do planeta. Afirmações do gênero não são úteis aos bem informados, ainda que atendam à conveniência de alguns interesses.


Inventou-se um consenso inexistente. Pode ser constatado por consulta aos periódicos de ciência de clima que cientistas estão longe de ter opinião unânime, mas o noticiário alarmista costuma ser prefaciado pelo refrão “Todos os cientistas afirmam...” o que equivale a afirmar que os sacerdotes falaram e que todos devem crer, poisRoma locuta, causa finita. Quem adota essa postura revela uma fé comovedora e inteiramente fora de lugar em fenômenos físicos que exigem medição e prova e não os atos de fé apropriados a assuntos religiosos. Pessoas não afeitas a ciências exatas ignoram métodos quantitativos na apuração de relações de causa e efeito. Imaginam que o conhecimento é formulado num processo político, pela contagem de votos a favor ou contra uma proposição a ser eleita como verdade científica. Está longe de ser assim pela razão apontada por Albert Einstein quando o partido nazista rejeitou a Teoria da Relatividade como “física judaica” e sua máquina de propaganda publicou um artigo com o título: “Cem cientistas alemães contra a Relatividade”. Einstein retrucou: “Por que cem? Basta um que apresente prova válida”. Unanimidade de votos contrários no Tribunal da Inquisição de Roma nada significou para Galileu e até hoje nada significa para a ciência baseada no raciocínio lógico dedutivo com comprovação em experimentação sistemática.


A reivindicação de controle sobre o uso de combustíveis está afinada com diversas aspirações preexistentes, algumas legítimas:


- A busca por melhor eficiência energética;


- Independência do petróleo do Oriente Médio;


- Competição internacional;


- Apetite de governos por maior arrecadação;


- Ambição burocrática pelo poder;


- Descontentamento com a sociedade industrial


Deste último grupo, de saudosistas de uma vida simples de um passado idealizado, são recrutados os militantes mais ativos de causas ecológicas.


Como explicou Aaron Wildavsky, professor de ciência política em Berkeley, o aquecimento global é a mãe de todos os alarmismos ambientais. Na visão de Wildavsky “O aquecimento (e apenas o aquecimento), por seu antídoto primordial de negar carbono à produção e consumo, é capaz de realizar o sonho do ecologista por uma sociedade igualitária baseada na rejeição do crescimento econômico, a favor de uma população menor, comendo pouco na cadeia alimentícia, consumindo muito menos, e compartilhando um baixo nível de vida com maior igualdade.”


Seu plano de ação já foi bem caracterizado:


“Num plano prático, o objetivo inteiro da política é o de manter o público apavorado (e a clamar por proteção) com ameaças de série infindável de demônios, todos imaginários.”( Henry Louis Mencken)


O objetivo é alcançado em ciclo de oito fases enumeradas pela revista The Economist:


1. Alguns cientistas obscuros anunciam o que pensam ser uma ameaça potencial a Terra.


2. Os jornalistas simplificam o tema, exageram a ameaça e os cientistas gozam de celebridade por alguns momentos.


3. Ativistas Verdes aproveitam a oportunidade para polarizar o tema; nas palavras do artigo deEconomist: "Ou você concorda que o mundo está a ponto de perecer e fica indignado, ou você é lacaio de interesses escusos."


4. Burocratas saem dos seus casulos, organizam conferências internacionais e dão passagens e estadia de primeira classe no exterior a funcionários públicos. As conferências inevitavelmente recomendam mais regulamentação por governo, e fixam metas totêmicas - logo depois esquecidas.


5. Chega a hora de azucrinar um bode expiatório. Este normalmente é a América, ou 'as multinacionais'.


6. Entram em cena os céticos que demonstram que a ameaça não tem fundamento. Novamente, nas palavras do artigo de Economist: "Isto leva os Verdes a paroxismos de ira piedosa. Bradam aos editores de jornal: 'Como ousam devotar espaço a opiniões marginais?' – perguntam aqueles cujas opiniões já foram tidas como marginais.”


7. Instala-se a dúvida entre os políticos e burocratas, e até mesmo entre alguns dos cientistas que primeiro alarmaram, todos a destacar as complexidades científicas e políticas das incertezas. Entrementes os jornalistas começam a ficar entediados com o tema.


8. Começa o quieto recuo enquanto o apocalipse anunciado morre lentamente, afastado das manchetes, e é substituído por um apocalipse totalmente novo. O ciclo recomeça.


Há cientistas que vêem nas estridentes manifestações sobre aquecimento global um fenômeno jornalístico e político e não um fenômeno físico. Destacam-se algumas vozes com esta opinião:


- Richard Lindzen, professor titular de ciências de clima no Massachusetts Institute of Technology;


- Henrik Svensmark, chefe de equipe de cientistas dinamarqueses que aponta para fatores mais poderosos do que gás carbônico, presentes em mudanças de clima mundial.


- Os autores do relatório da comissão parlamentar da Câmara Alta do Reino Unido (House of Lords), que investigaram diretrizes do governo britânico sobre clima e energia.


Richard Lindzen


Para Lindzen é destituído de sentido o surto de alarmismo sobre clima. Ele estuda meteorologia e clima há mais de 40 anos e acredita que carece de fundamento empírico a alegação de que o homem estaria a aquecer o planeta perigosamente. Pensa que não ocorrerão as elevações de nível de mar alardeadas, as secas e as inundações. Até mesmo se estes efeitos estiverem por vir, ele diz, tentar reduzir emissões de gás carbônico e outros gases de estufa não faria quase nada para deter tais desastres.


É improvável ouvir, em qualquer simpósio relacionado com ciência ambiental, manifestações que disputam a tese central, a de um efeito estufa agravado por ação humana, o que torna Lindzen incomum por ser um bem reputado cientista que publicamente contesta a mudança de clima por ação humana. Porém, Lindzen acredita que há muitos outros cientistas que compartilham de suas idéias, mas não as expõem por medo de perder credibilidade ou recursos para pesquisa. Realmente, ele diz que experimentou muito do que designa como preconceito a atuar em pesquisa de clima. "Muitos gerentes de programas me falaram que a consecução de recursos depende de preocupação pelo efeito estufa" ... "Mas se isso for verdade, como é que se pode estudar clima de modo objetivo?"


Lindzen concorda que a Terra aqueceu durante o século 20. A entidade instituída pelas Nações Unidas para investigar o fenômeno de efeito estufa, oInter-governmental Panel of Climate Change(IPCC) compila os estudos de centenas de cientistas de clima, engenheiros, economistas, cientistas sociais e outros ao redor do mundo. O IPCC declarou em 2001 que a temperatura global aumentou em aproximadamente 0.6° C durante o século 20, o que Lindzen aceita como quase certa. Ele também concorda que a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera subiu (com aumento da concentração de gás carbônico de um nível de aproximadamente 280 partes por milhão em 1700 a mais de 370 partes por milhão hoje) e que muito foi causado por atividade humana. Mas onde ele diverge do IPCC que é sobre a contribuição desta concentração crescente ao aquecimento, ou em outras palavras, em quanto o homem está a influenciar o clima. Sua discordância com a opinião convencional está no papel do vapor de água em mudança de clima; para Lindzen o vapor d’água abafa a intensidade da mudança e a outra opinião é que esta a amplifica.


Para Lindzen a comparação entre previsões de modelos de clima em computador e dados de temperatura observados é basicamente um exercício de ajuste de curvas estatísticas destituído de conteúdo científico, de vez são parcamente compreendidas as naturezas físicas de vários fatores naturais e de origem humana que poderiam aquecer ou resfriar a Terra. Realmente, ele acredita que os alegados sinais da ação humana são obscurecidos pela incerteza nas medidas de temperatura e, o que é mais importante, pela variação interna do clima. Por variação interna ele entende a dinâmica de fatores físicos da atmosfera e do oceano. "A hipótese mais plausível para a variação de temperaturas que vimos é que é natural", diz Lindzen. "Assim estamos diante de uma questão: há qualquer coisa que exige uma explicação extraordinária? Eu penso que a resposta é negativa."


Lindzen acredita que até mesmo se o homem fosse realmente responsável pela maior parte do aquecimento observado nos últimos 100 anos, não haveria nenhuma causa para alarme. O IPCC, em seu relatório de 2001, concluiu que entre 1990 e 2100 o clima da Terra aqueceria entre 1,4° C e 5,8° C, com valor exato condicionado a tendências futuras em emissões de gases de efeito estufa, como também no modelo específico usado para a projeção. Para Lindzen, estes valores estariam longe da realidade. Ele sustenta que os modelos de clima usados pelo IPCC são tendenciosamente sensíveis a mudanças na concentração de gás carbônico atmosférico, e estima que a Terra esquentará talvez só alguns décimos de um grau no correr do século. É conclusão com que outros pesquisadores de clima discordam.


O próprio Lindzen redigiu parte de um dos capítulos do relatório do IPCC de 2001. Porém, ele faz ressalvas sobre o modo como este documento foi usado para preparar o Sumário para Diretrizes Públicas num processo que reúne, além de cientistas, os representantes de governos, indústrias e organizações ambientais, todos eles comprometidos com agendas políticas. O Sumário foi divulgado pela imprensa, ansiosa para uma história boa, e por políticos que distorcem o sentido do Relatório para seus propósitos.


Seria possível que modelos crescentemente poderosos confirmariam que significante aquecimento do clima por atividade humana está a acontecer? Por precaução não seria sensato limitar emissões de gás carbônico? Lindzen acredita que o tratado de Kyoto terá um impacto minúsculo e que seria um primeiro passo em uma série de tratados de emissões cada vez mais autoritários, com licenciamento da queima de combustíveis. Para Lindzen, não há muito que possamos fazer, além de assegurar que nações se tornam ricas o bastante construir obras de defesa no caso de o clima começar a desandar.


Lindzen mantém que os modelos exercitados pelo IPCC estão equivocados porque não retratam os fenômenos físicos no sistema de clima. Todos concordam que, se o gás carbônico agisse sozinho, alguns cálculos físicos simples demonstram que a duplicação de seu teor traria uma elevação de cerca de 1 °C em temperaturas globais. Mas os modelos usados pelo IPCC lançam mão de amplificações positivas fortes contribuídas pelo vapor de água que é o gás de efeito estufa mais abundante. Em outras palavras, maior evaporação contribui para concentrações maiores de vapor de água na atmosfera o que leva a temperaturas de superfície mais altas, e em espiral crescente.


Segundo Lindzen, a dificuldade de modelar a cobertura de nuvens é um dos problemas mais espinhosos enfrentados por cientistas de clima porque os pesquisadores não têm modo de medir quanto do vapor de água na atmosfera condensará em nuvens e quanto precipitará a Terra na forma de chuva e quanto da água precipitada evaporará. Ele também mostra que nuvens mais baixas tendem a refletir a radiação solar incidente ao espaço e reduzir com isto o aquecimento, e que nuvens mais altas tendem a reduzir a radiação de energia da Terra lançada ao espaço, o que traz aquecimento crescente. As observações feitas por satélites demonstram que nuvens de tipo cirro acima dos trópicos contraem fortemente quando as temperaturas são mais altas e se expandem quando as temperaturas são mais baixas, opondo-se assim a tendência na superfície. Ele chama isto de "efeito íris", por analogia com a íris do olho que abre e fecha com a intensidade da luz. Desta forma as nuvens e vapor de água na verdade agiriam como freio, e não como acelerador dentro do sistema de clima. O clima mundial estaria então regulado por um termostato natural.


A hipótese de Lindzen merece confirmação experimental com observação em amplitude mundial, a qual não é feita porque os recursos para pesquisa de clima são devotados a hipóteses politicamente corretas e com ela conflitante. E muitos desses recursos são desperdiçados em aritmética frívola, como a que tenta prever maior mortalidade por malária como conseqüência do aquecimento global, uma idéia rejeitada pelo Instituto Pasteur com o conhecimento de causa que tem. Londres foi notória pelo impaludismo endêmico ao fim da pequena era glacial no século 17 quando havia congelamento do rio Tamisa em todos os invernos. A malária foi erradicada no início do século 20 em Cuba e Panamá, países tropicais com programas bem sucedidos de saúde pública.


A aversão de Lindzen a pronunciamentos dogmáticos sobre fenômenos físicos pouco conhecidos foi justificada por descoberta recente que aponta a ionização da troposfera inferior como a causa dominante na mudança de clima; obrigará a revisão do papel do gás carbônico e atividade humana nessa mudança.

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